quarta-feira, 27 de abril de 2011

Insuficiência Mitral Isquêmica - by Fábio Soares

- A insuficiência mitral resulta do desbalanço entre o aumento das forças de tração (tethering forces), e redução das forças de fechamento, estas últimas incluem redução da contratilidade do VE, contração sistólica anular anormal, assincronia entre os músculos papilares e intraventricular, principalemnte nos segmentos basais.

- Uma característica importante da IM isquêmica é seu componente dinâmico. A área do orifício regurgitante efetivo (ERO) pode mudar durante a sístole, sendo maior na proto e telesístole. (observe esta inferência no modo M color)


- Uma observação interessante é a alteração do grau da IM determinada pelo esforço físico. Em alguns pacientes com IM moderada ou grave em repouso, uma diminuição do ERO pode ser observado com o exercício e usualmente resulta da reserva contrátil do VE, em particualr do segmento ínfero-látreo-basal, e/ou uma redução da assincronia intraventricular. Ao contrário, cerca de 30% dos pctes pioram o grau de IM e PSAP durante o esforço

Lancellotti P, Lebrun F, Pie´rard LA. Determinants of exercise-induced changes in mitral regurgitation in patients with coronary artery disease and left ventricular dysfunction. J Am Coll Cardiol 2003;42:1921–1928.

Lancellotti P, Pie´rard LA. Chronic ischaemic mitral regurgitation: exercise testing reveals its dynamic component. Eur Heart J 2005;26:1816–1817.


- O consenso europeu recomenda a graduação da IM baseado no cálculo do orifício regugitante pelo método de PISA e o volume regurgitante pela equação da continuidade, devendo a análise semiquantitativa (área do jato regurgitante) ser abandonada.

Lancellotti P, Moura L, Pierard LA, Agricola E, Popescu BA, Tribouilloy C, Hagendorff A, Monin J-L, Badano L, Zamorano JL. European Association of Echocardiography recommendations for the assessment of valvular regurgitation. Part 2: mitral and tricuspid regurgitation (native valve disease). Eur J Echocardiogr 2010;11:307–332.
- IM isquêmica grave, segundo alguns autores, deveria ser definida pela presença de volume regurgitante > 30ml e ERO>20mm2.

Grigioni F, Enriquez-Sarano M, Zehr KJ, Bailey KR, Tajik AJ. Ischemic mitral regurgitation: long-term outcome and prognostic implications with quantitative Doppler assessment. Circulation 2001;103:1759–1764.







Heart
2009;95:1711–1718

2008;94:1497–1502


Heart



2 comentários:

  1. Uma questão interessante é diferenciar se a IM é por isquemia propriamente dita ou fibrose do músculo papilar (ou parede na qual o músculo papilar está aderido). Alguns descrevem como IM isquêmica aquela causada por infarto prévio, querendo se referir a cardiopatia isquêmica. Para o clínico pode ser útil essa diferenciação.

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  2. Com certeza, Luis. Trago aqui uma definiçao escrita por Dr. Patrizio Lancellotti, um os grandes estudiosos em IM isquêmica:

    "Ischaemic mitral regurgitation (MR) is defined as MR caused by changes of left ventricular structure and function related ultimately to ischaemia. However, the acute manifestation of MR following infarction (which usually presents as a haemodynamic crisis) is related to rupture or stretching of the papillary muscle, and is normally categorised with complications of infarction. The term ischaemic MR is usually understood to relate to chronic MR, occurring .2 weeks after infarction and in the absence of structural mitral valve disease. In terms of pathogenesis, this should be considered a disease of abnormal left ventricular (LV) shape and function with a valvular manifestation."

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